“NINGUÉM DEVE SER JUIZ EM CAUSA PRÓPRIA”:
RESISTÊNCIA À AUTORIDADE – EM MARTIM LUTERO E HOJE
Palavras-chave:
Resistência à autoridade. Distinção dos dois reinos. Ética política. Igreja e Estado.Resumo
O presente artigo discute a questão da resistência à autoridade governamental em duas perspectivas, uma história e uma atual, considerando o momento brasileiro atual. Após oferecer um panorama introdutório que auxilia a perceber que o tema da resistência à autoridade governamental é um tema clássico da história mundial, a compreensão de resistência à autoridade de Martim Lutero é apresentada em seus aspectos históricos e teológicos. Privilegia-se a apresentação da compreensão da posição do reformador sobre essa matéria através da análise de textos paradigmáticos, que evidenciam as duas grandes fases de seu pensamento ao longo da vida. A abordagem procura demonstrar, em especial, a partir de quais argumentos históricos, jurídicos e teológicos Lutero fundamentava os seus posicionamentos sobre a resistência à autoridade. No segundo grande bloco discute-se a questão, em que medida as balizas teológicas e ético-políticas encontradas nos textos de Lutero poderiam servir de orientação teológica para o contexto brasileiro contemporâneo no que diz respeito à questão da resistência às autoridades governamentais.