POR QUE DOIS TIPOS DE JUSTIÇA?

Autores

  • Charles P. Arand Concordia Seminary - St. Louis
  • Joel Biermann Concordia Seminary - St. Louis
  • Alan Diego Furst Colégio ULBRA Cristo Redentor, Canoas, RS.

Resumo

Trabalhando dentro da matriz dos dois tipos de justiça, os reformadores esclareceram a natureza do relacionamento entre o Criador – que concede a “justiça passiva” às suas criaturas (primeiro na criação e depois na redenção) através da Palavra criadora e recriadora – e a criatura humana que responde com fé e confiança. A distinção entre os dois tipos de justiça permitiu que os reformadores exaltassem o evangelho sem exceções, removendo a atividade humana como base para a justificação diante de Deus. Ao mesmo tempo, esclareceu que a relação da criatura humana com o mundo em que Deus a colocou para viver é uma vida de “justiça ativa” para o bem-estar da comunidade humana e a preservação de toda a criação. Os dois tipos, no entanto, são inseparáveis um do outro – encontrando sua conexão, como o fazem, na vida de cada pessoa cristã. A justiça passiva da fé fornece e reafirma continuamente a identidade central do crente, enquanto a justiça ativa do amor flui através do filho justificado de Deus a serviço da criação que o cerca. Esse paradigma continua sendo uma ferramenta indispensável para lidar com a tentação perene de considerar a existência humana de forma unidimensional. Isso ocorre quando as obras humanas se tornam a base da justificação diante de Deus, ou quando o “somente pela fé” parece tornar a atividade humana irrelevante e sem importância para a vida cristã. Contra ambas as tendências, os dois tipos de justiça permitem que os luteranos afirmem plenamente e sem reservas as duas dimensões simultaneamente, porém distintas e genuínas, da existência humana sem que uma comprometa a outra.

Publicado

2022-11-30

Edição

Seção

Traduções