ESPIRITUALIDADE, SAÚDE E TEOLOGIA:

POSSIBILIDADES E LIMITES

Resumo

O tópico de pesquisa deste artigo é sobre uma possível vinculação entre espiritualidade e saúde e implicações teológicas desta conexão. Apesar de ter havido um crescimento de pesquisas referentes à relação entre espiritualidade e saúde, ainda há lacunas nas pesquisas sobre o tema na perspectiva teológica. O objetivo principal do estudo consiste em investigar como a prática da religiosidade/espiritualidade pode influenciar o enfrentamento de doenças. A presente pesquisa foi uma abordagem qualitativa, e, quanto aos seus objetivos, é de natureza exploratória. Para a coleta de dados, foi usado como procedimento técnico de investigação a pesquisa bibliográfica. Verificou-se que a atual procura por alguma forma de espiritualidade pode ter raízes não somente em um “espírito” da época, mas que a urgência biológica por espiritualidade pode residir justamente no fato de que o ser humano é criatura de Deus. Uma espiritualidade sadia como prática religiosa e com sólidas raízes históricas pode ser um apoio comprovadamente positivo no enfrentamento de doenças e no desenvolvimento de uma boa saúde. O anseio pela espiritualidade pode gerar um desenvolvimento espiritual centralizado na pessoa, como forma
de autoconhecimento. Mas na perspectiva luterana, não é possível ao ser humano encontrar paz aos seus anseios por esse caminho, uma vez que
é desconsiderado uma das verdades fundamentais da teologia luterana, o pecado da natureza humana. A partir de uma perspectiva luterana, somente
reconhecendo a sua natureza pecaminosa é que o ser humano é capaz de se livrar das suas aspirações de justificação para se encontrar com o Deus revelado que justifica o pecador através da obra de Jesus Cristo. Os dois polos da espiritualidade luterana, o pecado humano e a graça de Cristo, são indicadores para uma espiritualidade sadia em um mundo que encontra na pluralidade as respostas para suas urgências espirituais.