A LITURGIA TRADICIONAL NUM MUNDO DE SENSIBILIDADE PÓS-COLONIAL

Resumo

O tópico de pesquisa do presente artigo é a liturgia tradicional num mundo de sensibilidade pós-colonial. Sabe-se que, no culto cristão, o show é de Deus, e o ser humano responde. Ali se une o céu com a terra, pois está baseado na Palavra de Deus, e se celebram os sacramentos do batismo e da santa ceia. Também é nele que muitas pessoas conhecem o amor de Deus em Jesus Cristo. A liturgia tradicional de um culto luterano é uma rica herança que não pode ser desperdiçada. Baseada em cânticos bíblicos ou tradicionais da igreja, carrega consigo uma história de mais de 1.400 anos. É muito importante para criar identidade no seio da igreja, especialmente para aqueles que se transferem de congregações ou até mesmo de países. No entanto, a liturgia tradicional perde sua eficácia quando se transforma em mera repetição de fórmulas ou cânticos, mesmo que esteja totalmente baseada na Bíblia. É como rezar em latim ou escutar o evangelho em grego. Culto é fundamentalmente comunicação de Deus com as pessoas, e ela só é eficaz quando o receptor realmente recebe a
mensagem. Como pastores e também equipes litúrgicas, estamos desafiados a conhecer melhor a liturgia tradicional e investir mais tempo na preparação do culto, usando o conhecimento bíblico, a criatividade e os dons musicais para provocar o efeito surpresa e a curiosidade, aspectos fundamentais no processo ensino-aprendizagem. É importante também seguir a prática do reformador Martinho Lutero. Não geramos novas liturgias porque estamos na era do descartável e da novidade, mas com cuidado pastoral e atenção litúrgica, retrabalhamos a rica herança que recebemos com novas práticas.